Pode-se dizer, uma relação indireta, até que novas informações possam ser prestadas, desdizendo ou acrescentando o que já se sabe. Dilma Vana Roussef, - mulher de fala pausada, mãos gesticuladoras, olhar austero tem passado que poucos conhecem; até há pouco dizia-se apenas que combatera nas fileiras da VAR-Palmares, um dos principais grupos armados da década de 60; foi militante da POLOP (Política Operária), da COLINA (Comando de Libertação Nacional) e, por fim, do grupo terrorista VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares), todos de cunho comunista. Foi duramente perseguida, presa e torturada e teve papel relevante numa das ações mais espetaculares da guerrilha urbana no Brasil — o célebre roubo do cofre do governador paulista Adhemar de Barros, na chamada Ação Grande, contendo US$ 2,5 milhões, da qual participaram 13 terroristas.
A VAR-Palmares pretendia derrubar o governo militar vigente e construir no Brasil uma ditadura totalitária de esquerda nos moldes cubano ou albanês.
Dilma Vana Roussef, nos idos de 1967, com 20 anos de idade, ingressou na POLOP (Política Operária); cursava a Escola Federal de Economia, em Belo Horizonte e foi recrutada pelo seu noivo e depois marido, Cláudio Galeno de Magalhães Linhares.
Com as primeiras prisões da POLOP, fugiu para o Rio e ingressou no COLINA (Comando de Libertação Nacional), outra organização marxista-leninista onde, segundo o jornalista Luiz Maklouf Carvalho, ensinou marxismo para uma célula, escreveu artigos apara o jornal Piquete, ajudou na infra-estrutura de algumas ações armadas (três assaltos a banco) e subiu para a direção do COLINA.
A Ação Grande ocorreu na tarde de 18 de Julho de 1969; a bordo de três veículos, um grupo formado por onze homens e duas mulheres, todos da VAR-Palmares, chegou à mansão do irmão de Ana Capriglioni, amante do governador, no bairro de Santa Teresa, no Rio; quatro guerrilheiros ficaram em frente à casa, e nove entraram, renderam os empregados, cortaram as duas linhas telefônicas e dividiram-se: um grupo ficou vigiando os empregados e outro subiu ao quarto para chegar ao cofre de 350 quilos, que devia deslizar sobre uma prancha de madeira pela escadaria de mármore, mas acabou rolando escada abaixo. A ação durou 28 minutos e foi coordenada por Dilma Rousseff e Carlos Franklin Paixão de Araújo, que então comandava a guerrilha urbana da VAR-Palmares em todo o país e mais tarde se tornaria pai da única filha de Dilma; o casal planejou, monitorou e coordenou o assalto ao cofre, no entanto, Dilma não teve participação física na ação: "Se tivesse tido, não teria nenhum problema em admitir", diz Dilma.
Em 16 de Outubro de 1969, mês seguinte ao I Congresso da VAR-P, Carlos Minc foi preso na rua Ana Neri nº 332, e, sob tortura informou o local sede da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) fundada por Carlos Lamarca; ocorreu então o "estouro" do aparelho terrorista, na mesma data, e localizado na rua Toropi 59, no bairro da Vila Kosmos, onde residiam, além de Carlos Minc, a amante deste, Sônia Eliane Lafoz (hoje socióloga, casada, e residindo em Curitiba), Sargento Araújo (militar desertor do Exército), e o jovem de 18 anos - Eremias Delizoikov (que morreu no local com 35 tiros, numa ação do DÓI-CODI e pessoal da Marinha). O redator deste Blog, na época com 6 anos de idade, lembra-se da imagem vista dos fundos da sua casa, quase fronteiriça com a rua Toropi 59, ocasião que homens armados pularam o muro, vindos de uma casa situada na rua paralela denominada Assurema; outrossim, uma senhora, moradora do morro do Juramento, que trabalhava "lavando" e "passando" roupas, inclusive para a família deste redator, comentou horas antes que "viu" um homem sem as unhas com as mãos sangrando muito, e dentro de um carro na companhia de outros homens "apontando" para o número 59 da rua Toropi. Teria sido Carlos Minc, haja vista ele ter revelado a localização do "aparelho"? A estadia de Dilma na rua Toropi 59, é fato desconhecido, porém não descartado, haja vista, conforme dito, mantinha uma sólida amizade com a guerrilheira Iara Iavelberg, musa da esquerda nos anos 60, com quem o Capitão Lamarca manteve um tórrido e tumultuado romance, até por que Dilma chegou a hospedá-la em seu apartamento, no Rio.
Foi presa em janeiro de 1970; nos três anos que passou na cadeia, seu nome chegou a aparecer em listas de guerrilheiros a ser soltos em troca da libertação de autoridades seqüestradas — mas uma ação que renderia sua liberdade foi malsucedida. Na época da sua prisão, o promotor militar que preparou a acusação classificou-a com epítetos superlativos: "Joana D'Arc da guerrilha" e "papisa da subversão". Dilma passou três anos encarcerada em São Paulo e foi submetida aos suplícios da tortura.
A VAR-Palmares pretendia derrubar o governo militar vigente e construir no Brasil uma ditadura totalitária de esquerda nos moldes cubano ou albanês.
Dilma Vana Roussef, nos idos de 1967, com 20 anos de idade, ingressou na POLOP (Política Operária); cursava a Escola Federal de Economia, em Belo Horizonte e foi recrutada pelo seu noivo e depois marido, Cláudio Galeno de Magalhães Linhares.
Com as primeiras prisões da POLOP, fugiu para o Rio e ingressou no COLINA (Comando de Libertação Nacional), outra organização marxista-leninista onde, segundo o jornalista Luiz Maklouf Carvalho, ensinou marxismo para uma célula, escreveu artigos apara o jornal Piquete, ajudou na infra-estrutura de algumas ações armadas (três assaltos a banco) e subiu para a direção do COLINA.
Durante o famoso encontro da cúpula da VAR-Palmares realizado em Setembro de 1969, em Teresópolis, região serrana do Rio, Dilma Rousseff polemizou duramente com Carlos Lamarca, o maior mito da esquerda guerrilheira. Lamarca queria intensificar as ações de guerrilha rural, e Dilma achava que as operações armadas deveriam ser abrandadas, priorizando a mobilização de massas nas grandes cidades; assim, do encontro, produziu-se um racha. Dos 37 presentes, 30 concordaram com Dilma e 7 acompanharam Lamarca, que ficaram com boa parte das armas da VAR-Palmares e metade da fortuna do cofre.
A divergência com Carlos Lamarca não impediu Dilma de manter uma sólida amizade com a guerrilheira Iara Iavelberg, musa da esquerda nos anos 60, com quem o capitão manteve um tórrido e tumultuado romance. Dilma chegou a hospedá-la em seu apartamento, no Rio; juntas, iam à praia, falavam de cinema, tornaram-se confidentes.
A Ação Grande ocorreu na tarde de 18 de Julho de 1969; a bordo de três veículos, um grupo formado por onze homens e duas mulheres, todos da VAR-Palmares, chegou à mansão do irmão de Ana Capriglioni, amante do governador, no bairro de Santa Teresa, no Rio; quatro guerrilheiros ficaram em frente à casa, e nove entraram, renderam os empregados, cortaram as duas linhas telefônicas e dividiram-se: um grupo ficou vigiando os empregados e outro subiu ao quarto para chegar ao cofre de 350 quilos, que devia deslizar sobre uma prancha de madeira pela escadaria de mármore, mas acabou rolando escada abaixo. A ação durou 28 minutos e foi coordenada por Dilma Rousseff e Carlos Franklin Paixão de Araújo, que então comandava a guerrilha urbana da VAR-Palmares em todo o país e mais tarde se tornaria pai da única filha de Dilma; o casal planejou, monitorou e coordenou o assalto ao cofre, no entanto, Dilma não teve participação física na ação: "Se tivesse tido, não teria nenhum problema em admitir", diz Dilma.
Dilma era tão importante para a organização que não podia ir para a linha de frente; ela tinha tanta informação que sua prisão colocaria em risco toda a organização: era o "cérebro da ação", diz o ex-sargento e ex-guerrilheiro Darcy Rodrigues, que adotava o codinome "Leo", e que, em outra ação espetacular, ajudou o capitão Carlos Lamarca a roubar uma Kombi carregada de fuzis de dentro de um quartel do Exército, em Osasco, na região metropolitana de São Paulo. "Quem passava as orientações do comando nacional para a gente, era ela." Uma das funções de Dilma era indicar o tipo de armamento que deveria ser usado nas ações e informar onde poderia ser roubado. Só em 1969, ela organizou três ações de roubo de armas em unidades do Exército, no Rio.
Foi presa em janeiro de 1970; nos três anos que passou na cadeia, seu nome chegou a aparecer em listas de guerrilheiros a ser soltos em troca da libertação de autoridades seqüestradas — mas uma ação que renderia sua liberdade foi malsucedida. Na época da sua prisão, o promotor militar que preparou a acusação classificou-a com epítetos superlativos: "Joana D'Arc da guerrilha" e "papisa da subversão". Dilma passou três anos encarcerada em São Paulo e foi submetida aos suplícios da tortura.
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